20052019
Gotze revela depressão antes da final da Copa de 2014 e lembra dos gritos de Klopp
Mario Gotze, jogador do Borussia Dortmund, fez um relato exclusivo ao site The Players Tribune, revelando curiosidades de extrema importância em sua carreira, como depressão durante o Mundial de 2014 e nervosismo em sua estreia com Jurgen Klopp.
Entre seus relatos, Gotze começa dizendo sobre sua relação com o atual técnico do Liverpool, que foi o seu primeiro treinador profissional no Dortmund.
“Quando eu tinha 17 ou 18 anos e não dava 100% nos treinos, ele era muito intimidador. Ele costumava vir correndo até a minha direção e começava a gritar comigo. Eu não consigo traduzir perfeitamente do alemão, mas vocês sabem como ele falava, com os dentes afiados: ‘Você tem que ter mais paixão! Você tem que dar tudo! P****! Vamos!’. Então, depois do treino, ele ficava completamente calmo de novo, e vinha do meu lado dizendo: ‘Mario, como você está? Vamos falar sobre a vida. O que está acontecendo? ’”, relembra o jogador.
Um fato que marcou a trajetória de Gotze na seleção da Alemanha foi, certamente, o gol que deu à sua equipe o título do tetracampeonato na Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil. O meio-campista relembra que viveu uma depressão antes da final contra a Argentina, no Maracanã.
“A vida é estranha. As pessoas falam sobre aquela Copa e o meu gol na final, e eu acho que elas se esquecem o quanto aquele torneio foi ruim para mim até o último momento. Agora, todos se esquecem de que eu fui substituído no intervalo do jogo contra a Argélia nas oitavas de final. Mas eu não esqueço. Eu não comecei nas quartas de final contra a França. Não joguei a semifinal contra o Brasil. Eu gostaria de poder dizer que era maduro quanto a isso, mas eu provavelmente fiquei mais triste do que em qualquer outro momento na minha vida. Não havia nenhum lado postivio para mim. Antes da final, eu estava realmente depressivo”, diz o jogador.
“Não era possível saber o que viria a acontecer. Para mim, o gol é a parte menos importante daquilo. Chutas a bola... já havia feito isso centenas de vezes. O gol é uma consequência da decisão que tomei no quarto do hotel, de parar de ficar triste com o que havia acontecido e focar em treinar muito antes da final”.
Por fim, a última lembrança que Gotze comenta foi a partida de novembro de 2009, contra o Mainz, na qual ele estreou em campo pelo Borussia.
“Jurgen Klopp me chamou do banco de reservas aos 43 minutos do segundo tempo para a minha estreia. Imagine, 17 anos de idade. Foi loucura. Levantei-me do banco e corri, olhei para a arquibancada amarela e todos os torcedores e, sinceramente, estava tão nervoso que achei que poderia sujar minha calça antes de colocar o pé no gramado. Tenho que agradecer a Klopp por essa chance. Esse foi o começo da história”, conclui.
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