21052019
Conflito diplomático tira Mkhitaryan da Europa League e é só mais um dos problemas da final
O Arsenal anunciou nesta terça-feira (21) que o meia Henrikh Mkhitaryan não vai viajar para o Azerbaijão com o time para a final da Europa League contra o Chelsea no próximo dia 29.
A decisão acontece devido às tensões entre o país de origem do jogador, a Armênia, e o Azerbaijão. O medo do time é que não seja possível garantir a segurança de Mkhitaryan durante a estadia do Arsenal em Baku.
Um comunicado oficial do Arsenal explicou a decisão: “Exploramos todas as opções para que Micki fizesse parte do nosso time, mas depois de conversar com o jogador e sua família, concordamos que ele não fará parte do time nesta viagem”.
“Já escrevemos para a UEFA expressando nossa preocupação com essa situação. Micki foi peça chave na nossa campanha até a final e essa é uma grande perda. É triste que um jogador vai perder uma grande final europeia nessas circunstâncias”, conclui a nota.
A UEFA respondeu dizendo que já conversou com as “maiores autoridades” do país e que a segurança de Mkhitaryan está garantida.
"We're very disappointed to announce that @HenrikhMkh will not be travelling with the squad for our #UELfinal against Chelsea."
Full statement :point_down:
— Arsenal FC (@Arsenal) May 21, 2019
Essa não é a primeira vez que Mkhitaryan desfalca o Arsenal no Azerbaijão nesta temporada. Na fase de grupos ele não viajou com o time para o jogo contra o Qarabag.
Azerbaijão e Armênia já viveram diversas fases de conflitos armados e tréguas desde que se tornaram territórios independentes após a Primeira Guerra Mundial. A principal disputa é por um território chamado Nagorno-Karabakh, que foi o centro da principal guerra entre os dois países entre 1988 e 1994. Apesar do cessar-fogo em vigor desde então, casos de violência acontecem esporadicamente, sendo o mais grave deles um episódio recente, em 2016. Mkhitaryan nasceu em 1989, durante período de guerra.
POR QUE UMA FINAL NO AZERBAIJÃO?
Chamado às vezes de "esquina do mundo", o Azerbaijão fica a oeste do mar Cáspio, na fronteira entre a Rússia, a Europa Ocidental e o Irã. Mas embora distante dos grandes centros ocidentais, o país tem investido no turismo e no esporte para ganhar visibilidade. Baku, sua capital, sedia uma etapa da Fórmula 1 e o braço turístico do país já patrocinou o Atlético de Madrid.
Durante esse esforço o país construiu em 2015 o seu Estádio Olímpico, que será uma das sedes da Eurocopa 2020. É o local que receberá Chelsea e Arsenal no próximo dia 29 na decisão da Europa League.
O dinheiro investido atraiu a UEFA, que desde 2016 já ventilava a ideia de organizar eventos no Azerbaijão. A final de Baku será, aliás, a primeira que foi decidida em um formato de eleição parecido com os de Copa do Mundo ou Olimpíadas. Duas cidades além de Baku, Sevilha e Tsibili, apresentaram projetos para sediar a decisão e a UEFA escolheu a que achou a melhor opção. A decisão foi criticada por muitos na Europa, que veem os eventos sediados pelo Azerbaijão apenas como uma forma de amenizar a imagem de um governo acusado de ser autoritário e antidemocrático.
COMO CHEGAR EM BAKU?
O esforço do país para se tornar mais central no mundo europeu, porém, não torna a vida dos torcedores de Arsenal e Chelsea mais fácil. Além da distância de 5.480 km entre as cidades, não há ainda voos diretos entre Londres e Baku, e as passagens para o dia da partida já batem a marca de mil libras (cerca de R$ 5.200). O Chelsea está vendendo um pacote com passagem e ingresso por 969 libras, preço pouco acessível para a maioria dos torcedores.
Para sair de Londres e chegar em Baku na semana da partida, um britânico deverá fazer uma jornada de no mínimo dez horas com escalas em Kiev (Ucrânia), Riad (Arábia Saudita), Bagdá (Iraque) ou Istambul (Turquia). E antes é preciso ainda solicitar o visto para entrar no país, claro.
Há ainda o problema dos ingressos. Com a maior parte das entradas sendo destinadas a convidados da UEFA e patrocinadores, cada time teve apenas 6 mil ingressos para vender. O estádio de Baku tem capacidade para 68.700 pessoas.
Na última semana a UEFA disse que a quantidade de ingressos era pequena porque o aeroporto de Baku não poderia receber mais voos na semana da partida. “Oferecer mais ingressos aos times não seria uma opção responsável”, disse a entidade.
Após avalanche de críticas, Baku disse estar organizando voos fretados entre Londres e Baku na semana da partida e que irá decidir nos próximos dias se libera mais ingressos para cada um dos clubes.
E como desgraça pouca é bobagem, o governo britânico ainda divulgou no começo do mês que há o risco de ataques terroristas no país durante a semana da partida e que os torcedores devem saber disso ao viajar ao país.
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