15062019
Barcelona vive guerra com o PSG por De Ligt e mostra pessimismo por acordo
"Se De Ligt não vier, será uma clara demonstração de que o aspecto esportivo não foi bem gerido". A frase é de Víctor Font, principal opositor de Josep María Bartomeu no Barcelona. Não é estranho que as críticas venham de alguém que quer vê-lo fora da presidência do clube catalão. Porém, Font tem um arsenal de argumento inesperado no momento. Em março, a ideia era que De Jong e De Ligt chegassem ao Camp Nou neste mercado da bola, somente com o peso do futuro sobre as costas.
Era um caminho traçado e essencialmente barcelonista. Holandeses, jovens, com qualidade... A interminável história de Cruyff está no DNA do clube. A situação de De Jong era mais fácil. Nada barato, mas fácil. Um negócio rápido, que incluiu viagem de Bartomeu, e um anúncio durante a temporada. Tudo fácil. Neste momento, se esperava que De Jong fosse o primeiro de um efeito dominó que culminaria na ida de De Ligt para o Camp Nou.
Não está descartado. É claro que não. Porém, o nervosismo disparou nas últimas datas. O zagueiro era uma contratação estratégica, uma aposta da diretoria esportiva para traçar o futuro da equipe. Um salário elevado, outra quantia enorme e milionária para o Ajax. Estava traçado. Contudo, com o tempo, chegou a dúvida. O garoto demonstrou que não era De Jong, tem mais personalidade e, pouco a pouco, foi dando dúvidas do acordo. Muitas declarações pondo tudo em 'stand by', dizendo que queria jogar, que não chegou o momento de dizer sua decisão. No Barcelona, sabiam de antemão que este acordo seria mais difícil, mesmo que só pelo fato de ser atleta de Mino Raiola. Porém, nunca pensaram que esta situação ficaria tão grave.
O Barcelona e têm uma discussão interna sobre o estilo que é difícil de deter. É um clube orgulhoso por ser como é, não apenas pelos resultados. Esses últimos dois anos, o time teve menos fluidez que em outras temporadas e a oposição aproveitou para começar a fazer campanha contrária. Esta discussão poderia ser uma questão anedótica, mas não é. Primeiro porque se utiliza como forma de fazer política. Foi dito e ainda dirão que De Ligt não está escolhendo por motivos esportivos, mas, sim, por dinheiro. É uma dinâmica nociva esta, pois assume que todo aquele jogador que podendo ir ao Barcelona não o faz, traindo o futebol por outros projetos financeiros mais atraentes.
Seu provável destino agora é o PSG. Ele tem um projeto difícil de vender para os românticos, mas um projeto depois de tudo, com muito dinheiro e as mais altas ambições. Aquele que assina com a equipe parisiense assume que vai jogar em uma liga não competitiva e que provavelmente vai vencê-lo, que sem ser o perfeito, também não é o pior dos mundos possíveis. Seu objetivo, como o de Barcelona, é reinar na Europa. Com pouco sucesso nos últimos tempos, em ambos os casos.
Os franceses, no mercado, são uma equipe poderosa, quase temida. Os proprietários mantêm uma estreita relação com o Barcelona há anos e, entre eles, não é apenas difícil colaborar, é que eles têm que pisotear o máximo possível. Existem muitos casos, sendo o mais impressionante Neymar, em que o PSG fez o seu melhor para lutar contra o clube em Barcelona. E é um inimigo perigoso, a prova disso está no eterno rival, o Real Madrid, que só oficialmente nega os rumores quando são de alguma contratação relacionada ao PSG. Há medo, porque é sabido no mundo que os xeques do Catar se vingam do cardápio frequentemente.
Bartomeu já provou o gosto de competir com os franceses, com De Ligt jogando um novo capítulo. Em caso de não chegar, a política esportiva terá que virar. Serão esperados 80 milhões neste investimento para outros lugares. Resta saber, depois dos últimos mercados, que a administração esportiva sabe o que fazer com eles.
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