16062019
Daniel Alves diz que seleção “ficou para trás” no futebol e pede equilíbrio
Daniel Alves não esconde o sorriso por estar em Salvador, onde deu os primeiros passos no futebol profissional antes de ganhar o mundo. Em 2002, último ano de sua rápida história no Bahia, o lateral de apenas 18 anos deixou um Brasil campeão do mundo. Hoje, já veterano e capitão da seleção, no discurso na entrevista coletiva deste domingo (16) um dos atletas mais vitoriosos de sempre vê um selecionado com a obrigação de remediar decepções e vexames recentes e bateu muito na tecla de um “meio-termo” ideal.
O momento não apenas da seleção brasileira desde o último título de Copa América, em 2007, com gol de Dani Alves, não foi nada bom: eliminações traumáticas e vexatórias em Mundiais e nenhum título da competição continental. Aos 36 anos, o camisa 13 reconhece que o Brasil ficou um pouco para trás em sua competência para alcançar as maiores vitórias, mas se apega aos bons momentos – como as últimas Eliminatórias, em que a equipe de Tite viveu o seu apogeu até aqui.
“No geral, acredito que o futebol foi evoluindo muito, as equipes, as seleções, e o Brasil ficou um pouco atrás. É uma pena tanto tempo sem lograr estar em uma final de Copa América. Mas você vê que a gente oscila muito, porque fazemos grandes Eliminatórias. É um desafio, ainda mais por estar jogando em casa. Tentamos nos reinventar como atletas, os conceitos que temos. Continuamos a ser uma das maiores seleções do continente. As Eliminatórias dizem isso, mas a Copa América não diz. Então, precisamos encontrar esse equilíbrio”, disse o capitão.
A própria responsabilidade de ser campeão desta edição 2019 da Copa América foi utilizada como exemplo. Em todas as outras quatro vezes em que o Brasil recebeu o torneio, foi campeão. A este legado histórico, também há o passado recente de decepções que aumentam cada vez mais a insatisfação da torcida quando o time não joga bem ou não consegue os resultados – especialmente em torneios realizados em solo brasileiro. Mas do outro lado também existe uma equipe com jogadores que demonstram em seus clubes serem alguns dos melhores do mundo. A palavra equilíbrio voltou a ser utilizada por Dani Alves ao citar esta capacidade positiva em meio ao histórico negativo.
"Confesso que para nós, brasileiros, acontecem dois tipos de situações: estamos preparados para o êxito, mas vamos de um extremo a outro no resultado negativo. A gente veio desacreditado nas Confederações [2013] e conseguimos um desempenho incrível. Na Copa de 2014, chegamos com favoritismo e acabou não dando certo. Precisamos de um equilíbrio para sermos sólidos. Para não acontecer o que aconteceu em 2014. O futebol não te perdoa. Se não tem uma equipe com o dever de casa feito, pode sofrer derrotas desse tipo".
Após a estreia com vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia, em São Paulo, o Brasil receberá a Venezuela às 21h30 desta terça-feira (18), pela segunda rodada, na Fonte Nova. Pressionado por resultados, para apresentar um futebol agradável ao público e, acima de tudo, ser campeão, o Brasil que Dani Alves reencontra no auge de sua maturidade é muito diferente àquele de 2002, que estava no topo do mundo e no sorriso do povo. Se o capitão conseguir repetir o grito dado em 2007, naquela última conquista de Copa América, o equilíbrio tão repetido por ele começa a ser mais visível.
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